Entre, fique à vontade, peça um café, desenrole sua palavra. Leia, desleia, ouça minha voz na minha palavra e a faça conversar com a sua. Entre, fique à vontade...

-Aline Cunha-

17 de novembro de 2010



Qual o papel da literatura?
 


    Não diria um papel, diria um pano de fundo. A literatura com toda a sua conveniência e persuasão faz com que eu enxergue um mundo presente no meu “eu”, eu este que não é inventado e nem tão pouco imaginado. 


    O poder de uma boa palavra seja ela com uma dose literária ou não, nos remete a uma viagem para um mundo obscuro onde a sua luz é encontrada nos diversos labirintos de uma boa literatura.
    Em se tratando de vida real e de vida-palavra (muitas vezes, vidas que se confundem), temos histórias, verdades e inverdades, fantasias e sonhos. Quando nos aproximamos de um livro por ora temos a impressão de estar vivendo uma vida, que é nossa e não meras páginas. E por qual motivo temos essa sensação? Alguém aí já ouviu falar em catarse?
    Digo pano de fundo, pois perpassam leituras em meu cotidiano (talvez nem poderia dizer cotidiano, pois acabo transmitindo a ideia de rotina, e nunca uma palavra me faria cair na rotina), quando acordo tenho a sensação de que começo a escrever uma nova página do meu livro da vida. Poesias, crônicas, novelas (no papel), contos sempre estão presentes em umas das páginas desse livro: o meu.
   Às vezes tenho raiva dessa tal literatura porque ela me apaixona e não me deixa dormir, sintomas de qualquer paixão. Choro, rio e tenho outras sensações que só ela me proporciona.
   Tenho a vida num papel. A literatura também. Ou melhor, tenho um lápis, um papel e uma borracha que nem sempre uso.

(Aline Cunha)

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